No desencaminharte, fui responsável pela estruturação do projecto, pela sua abordagem estratégica, pela curadoria dos artistas, pela produção e logística, pela comunicação com os média, coordenação com os municípios assim como a articulação da equipa que contava com mais três pessoas: Sarah Klimsch, Francisco Babo e Bárbara Sobrado.
Em 2017, o festival apresentava-se como o primeiro em espaço natural cobrindo uma área de 2210 km2 de rio, serra e mar.
O desencaminharte nasceu de uma candidatura da CIM – Alto Minho aos apoios europeus para o desenvolvimento regional, tendo por objecto a valorização do património natural. Envolviam-se assim os municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Paredes de Coura, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.
Desenhou-se um programa para 4 dias, entre 1 e 4 de Junho, distribuído por 10 municípios.
Nele se poderiam encontrar oficinas, concertos, performances e apresentações, actividades promovidas por associações locais directamente ligadas às práticas tradicionais ou ao encontro com a natureza. Foi nosso objectivo trazer os agentes que já trabalhavam na região ao projecto.
Existiram também mercados locais, com produtos típicos e artísticos, concursos de artesanato e fotografia, acampamentos ao ar livre.
Enquanto festival de arte pública, pretendia usar a arte como atractivo na região seduzindo visitantes até locais remotos onde se desenvolveriam as intervenções artísticas e um programa cultural que as acompanhava.
Foi intencional que os resultados das intervenções tivessem um carácter temporário já que a natureza, o objecto desta iniciativa, é em si um monumento e, por razões ecológicas, os materiais deveriam ser o menos abrasivos possível e a durabilidade das peças não mais de 2 anos.