Gostaria de ser como uma empresa
Votada a objectivos e várias obrigações
Investir em duvidosa natureza
Devolver-me em altas cotações
Pois, aqui, nada de empresa tenho,
a não ser o que vem da polissemia
e palavras toscas de aconchego
não derrotam a tirania.
Deverias ser como os cadáveres,
pessoas que se resumem ao que são,
gente apaziguada entre mármores,
para que eu cantasse em ovação.
Mas falas, pensas e reages,
numa direcção a fugir de mim.
Persigo-te, terra seca na cara.
Sacudo para não ser o fim.